Desnecessária
Dia 26/09 às 10horas - mais conhecido como amanha, será realizada uma audiência publica no Mnistério Publico Federal cuja a finalidade é esclarecer as muitas cesareas feitas no Brasil. Mais informações entrem na Parto do Princpio
Quando "comprei" a idéia da Parto do Principio, muitas integrantes me perguntavam: Vc não fez seu relato da cesárea? Mas pq?
De alguma maneira meu relato de parto nunca saiu.
Pq? até outro dia não saberia dizer. Hoje sei, pq a minha cesarea foi tão DESNECESSÀRIA... que o relato tb se torna.
Para mim não foi um acontecimento, não foi um momento mágico, foi um ato simplesmente cirurgico.
Segundo o dicionário wikcionário parto é: par.substo masculino (plural: partos) o ato de dar a luz, o ato de parir; Pelo mesmo dicíonário Parir quer dizer Verbo pa.rirdar a luz, trazer ao mundo
Então eu não pari, pariram por mim, alguem tirou esse momento mágico meu e da minha filha. Eu não posso fazer um relato de parto.
Mas o que eu posso um dia relatar é: o dia que fiquei 13 horas induzindo e cai em uma falácia. Falácia esta , minha da médica, do hospital, isso realmente não interessa, interessa que é uma falácia.
A cesarea para mim não foi traumática, pelo menos não naquele momento. Não fui amarrada, vi minha filha depois de 06 horas, não vomitei, mas desmaiei no banho.
Hoje sei, que como mulher fui mutilada, como cidada meu direito não foi respeitado.
O médico e o hospital tinham obrigação de me informar que:
- Teriam que me informar que a cesarea era um isntrumento cirurgico;
- Teriam que me informar que minha filha poderia estar dormindo e que ela iria se assustar no nascimento so ser bruscamente retirada do utero;
- Teriam que ela poderia ir para uma UTI por pegar alguma infecção, já que ela não mamaria na primeira hora, então não receberia a sua primeira vacina ( a melhor de todas que é o colostro);
- Teriam que me informar que a cesaria eleva o grau de mortalidade infantil;
- Teriam que informar que dariam NAN para minha filha, no seu primeiro berro no berçario;
- Teriam que me informar que ela não precisaria do maldito colirio;
- Teriam que me informar que o uso de analgesicos poderiam deixa-la mais sensivel a drogas em geral;Poxa... até na caixinha do cigarro e no saco de farinha branca tem mais informação que um parto no Brasil.
Quando entramos nesses hospitais particulares lindos, que mais parecem um hotel, tudo é mais importante, menos os protagonistas principais; mamae e bebe.
Seria como uma noiva não entrar no seu casamento vestida de noiva como ela tinha planejado, pq afinal ela poderia entrar em sofrimento e seria letal.
Não caia nessa, exija o seu direito, vc pode parir, vc foi feita para isso. Acredite isso fara toda a diferença para a mae e para o bebe.
Quero deixar muito claro para os leitores de plantão:
NÃO ESTOU DEFENDENDO O PARTO JOGADO EM UMA MACA DE HOSPITAL.
A mãe não tem que ficar sofrendo para parir.
Ela pode comer, ela pode beber, ela deve andar e não pode ficar sozinha (se ela não quiser). Só a mãe sabe o que é melhor pra ela.
Eu realmente falhei quando não me informei mais sobre o parto, mas falharam os profissionais tb ao não me informar. Afinal, quem faz um google antes de comprar uma farinha?
texto
imagem:
Ana Paula Caldas, mae e pediatra ápós parir Lis.
É a foto mais bonita de parto que já vi
OBS: Quero agradecer formalmente esses mulheres ativistas que hoje compartilhamos nossas vidas. Vcs são muito importante para mim, obrigada pelo convivio, pelo almoço (mesmo que tenha sido só um), pelo espaço diário, pelas conversas telefonicas, pelos emails trocados. Vcs me ajudaram e me ajudam a mudar diariamente.
Marcadores: ativismo, coisas que faço
posted by Fabiola at
11:08 PM
>7 comments
Uma palhina para vcs
