<29 de dez. de 2006

RECEITA DE ANO NOVO


por
Carlos Drummond de Andrade

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
Cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
Para você ganhar um ano
não apenas pintando de novo remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser, novo
até no coração das coisas menos percebidas
( a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens? Passa telegrama?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
Para arquivá-las na gaveta.

Não precisa
chorar de arrependimento
Pelas besteiras consumadas
Nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um ano-novo
que merecê-lo,
Tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
Mas tente, experimente, consciente.

É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre
BOM ANO NOVO A TODOS
E NOS VEMOS EM 2007!!

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<28 de dez. de 2006

Especial sobre Elis Regina



tem participação de Maria Rita

KÁTIA NOGUEIRA DE MELLO
do Agora
Vai ao ar hoje, às 21h55 na Rede Globo, o especial "Por Toda Minha Vida", um "docudrama" que vai mostrar a trajetória da cantora Elis Regina. Misturando ficção, realidade e depoimentos de quem conviveu com a "Pimentinha", o especial homenageia a intérprete, cuja morte completa 25 anos em janeiro, com uma surpresa: Maria Rita faz uma participação cantando uma música "secreta" que foi sucesso na voz da mãe."Eu esperava o momento certo para cantar as canções da minha mãe. Tinha que ser mesmo em uma homenagem para ela, acho que já é uma boa hora. Mas não posso falar qual música é. Será surpresa", diz Maria Rita, que sempre evitou comparações com a mãe.
Mas a cantora aproveita para derrubar esperanças: "Não esperem que eu continue cantando essa música nos meus shows e em nenhuma outra ocasião, porque isso nao vai acontecer".
Além de Maria Rita, participarão dando depoimentos amigos, familiares e pessoas que acompanharam a cantora, como o compositor Nelson Motta, Gilberto Gil, Milton Nascimento e --mais uma surpresa-- Ercy Carvalho Costa, mãe de Elis.
As cenas sobre a Pimentinha vão abordar a primeira fase de sua vida, dos 12 aos 19 anos, onde Elis será representada pela atriz Bianca Comparatto, que fez Maria João em "Belíssima", e, na segunda fase, que vai dos 20 aos 36 anos, será vivida pela atriz Hermilla Guedes, protagonista do longa-metragem "O Céu de Suely", estreante na televisão."Foi uma responsabilidade imensa para uma estréia. Não é uma personagem que você dá forma,
Elis é um ídolo, é conhecida por todos, tem um jeito que eu tenho que reproduzir. Fiz 'fono' pra perder o sotaque, estudei os gestos, o jeito de dançar e de cantar. Foi difícil, mas estou feliz", diz Hermilla.
Bianca também sofreu. "Eu amo a Elis. Eu ia interpretar algumas canções, mas acabei dublando. Ela é melhor, né?", brinca.
25 anos O especial "Por Toda Minha Vida"
marca os 25 anos da morte de Elis Regina. A intérprete morreu aos 36 anos, em 19 de janeiro de 1982, supostamente por complicações que envolveram overdose de cocaína e abuso de álcool.Gaúcha de Porto Alegre, Elis começou a cantar aos 11 anos na rádio Farroupilha AM.
É a partir daí que o "docudrama" vai pontuar a vida da cantora, que em 1961 gravou seu primeiro disco, "Viva a Brotolândia".Em 1964, mudou para o Sudeste, vencendo, em 65, o primeiro Festival de Música Popular Brasileira com a música de Edu Lobo e Vinicius de Moraes, "Arrastão". A partir dessa apresentação, a carreira de Elis só cresceu.
Na década de 70, aprimorou sua voz, chegando ao auge com o espetáculo "Falso Brilhante", que depois virou disco.

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<27 de dez. de 2006

Amamentação - Depende de Todos

Vídeo com depoimentos de mães, pai, avó e da atriz Malu Mader, sobre a importância do apoio à mulher que está amamentando.

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<24 de dez. de 2006

Conto de Natal ....



...por Vinicius de Moraes...
Velho amigo

Fui eu próprio levar o peru – o meu primeiro! – para a sala, onde me vivaram devidamente. Vieram todos ver, entre goladas de champanha e interjeições de fome. Era, na realidade, um lindo bicho, e podia-se quase sentir sua maciez através da crosta dourada que o forno trabalha em tempo rigorosamente proporcional ao peso. Uma beleza! Eu não cabia em mim de orgulho: muito mais do que se se tratasse de um poema ou uma canção. Meu primeiro peru – poxa! – e ainda mais para gourmets da categoria de Jorgito Chaves, Celso de Souza e Silva, Gilberto Bandeira de Melo, David Silveira da Mota, Geraldo Silos e Almeida Sales...
Isso no meu apartamento em Paris, no Natal de 1963.
Um pouco mais cedo, durante o cozimento da ave, meu parceiro Baden Powell sobreviera e ali mesmo, ao pé do fogão, balançara-me um samba também saidinho do forno; um sambão todo alegria, de bocarra aberta e braços para cima. Enquanto trançávamos entre a cozinha e a sala, dando as últimas providências, a letra foi saindo...

Formosa, não faz assim
Carinho não é ruim
Mulher que nega
Não sabe não...
Tem uma coisa de menos
No seu coração!

E assim foi ele cantado por todos os circunstantes, durante oito horas e dez garrafas do mais puro escocês. Quando, já madrugadinha, a casa serenou, Baden e eu nos sentamos com as nossas mulheres e nos deixamos a lembrar Natais passados. Foi quando ele, pondo-se sério, perguntou-me se eu não queria pôr letra numa canção que fizera para seu pai morto um Natal antes. Havia-se imposto o dever – disse-me – desse encontro musical com a morte do seu "velhinho". A canção era linda e nos emocionou a todos fundamente. Já agora o ambiente tinha mudado. A casa não era mais a hospedeira de uma alegria que partira, mas de uma saudade que tinha chegado: uma saudade doída, feita dessa indefinível angústia de meninice, quando cada sentimento é uma paixão e cada coisa que se passa, um acontecimento extraordinário. Peguei papel e lápis e, os olhos velados de lágrimas, comecei a tentar...

Neste dia de Natal
Em que já não estás comigo
Ó deixa-me chorar
Ao relembrar a valsa
De um Natal antigo...
Ao soar da velha hora
Eu te via, velho amigo,
Entrar bem devagar
Me beijar, e ir chorando embora...

...eu fechava os olhos, fingindo não o ver, enquanto ele se aproximava bem de mansinho e pendurava o grande pé de meia de filó vermelho, cheio de brinquedos, na cabeceira de minha cama, e empulhava no chão, por ordem de tamanho, os embrulhos entre os quais eu sabia estar – ah, prazer divino! – o Almanaque do Tico Tico com milhões de coisas a recortar e armar; e logo, o coração aos pulos, eu via através de uma frincha de olho seu rosto vir se agigantando sobre o meu, vir se agigantando, até uma incomensurável imagem, a imagem do amor paterno, o amor que gostaria de dar tudo sem poder: toma esse navio de verdade! toma esse trem de ferro da Central! toma essa ponte levadiça! toma esse automóvel de corrida! toma esse edificio! toma o que você quiser! – e depois deixar um beijo leve em minha face, um beijo como o pedido de perdão, de um pai que de seu só tinha o nome; e uma vez, esquecer também uma lágrima que lhe gotejou na carícia e ficou a tremular em minha pele como a incerta gota de orvalho sobre a folha nova, e da qual escorreu com a instantânea lentidão das coisas do Infinito, a morte das estrelas, o nascimento das galáxias, as viagens da luz...

Meu velho amigo
Por que foste embora...
Desde que tu partiste
O Natal é triste
Triste e sem aurora...

Naquela sala, em que a madrugada começava a filtrar, dois mortos de pé consideravam com espanto dois homens que não podiam cantar, de tal modo as lágrimas se lhes corriam, tão convulsivo se ia fazendo seu pranto de órfãos, de meninos sem Papai Noel. E mais surpresos se puseram ainda ao ver que nos abraçávamos todos, nós homens porque não tínhamos mais pai, nossas mulheres só de pensar que os poderiam perder um dia – e que conosco choravam a mesa, as cadeiras, as garrafas vazias e até os restos do peru de Natal, do qual repontavam ossos brancos. E tanto que, chocados, se foram retirando discretamente, a conversar em voz baixa – certamente sobre a frouxidão desses filhos modernos que nem sabem mais agüentar a tristeza e saudade específicas de uma noite de Natal.




12.1964

in Para uma menina com uma flor (crônicas)
in Poesia completa e prosa: "Para uma menina com uma flor"
Bom.... a Paola ama essa música....tem uma vesraão dela no DVD do Chico Buarque..o DVD dos saltimbancos. Foi a primeira música que ela tentou cantar junto.
Recentemente achei esse texto no site de Vivicius de Moares...e achei bem significativo.
POR ISSO VOU APROVEITAR O MÀXIMO MEU NATAL e GOSTARIA QUE VCS TB APROVEITASSEM!!!!
O meu desejo que todos tenham um natal de infância esse ano...
Bjos
Fabiola, Paola, Ri e Mitzu
A foto da Mitzu não entra...entâo o proximo post terá uma dela enorme
texto:
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<22 de dez. de 2006

Compras de Natal


Embora meu desejo mais íntimo fosse fugir das compras de Natal, não poderei realiza-lo
Hoje fui na rua 25 de Março comprar o presente da Paola, pasmem estava sus, vazio. Foi quase que ganhar na Sena.
A noite fomos no supermercado daqui de perto de casa. Comprar coisas para a Ceia.
Ai, um inferno de tanta gente, um calor (estava 28 graus às 23 horas) e muito produto
de qualidade duvidosa. E por serem preodutos de qualidade duvidosa o preço tambem era.
Sem contar o quanto as pessoas estão sem educação.
Uns atropelados os outros.
E naquela fila preferêncial um monte de grávida com cesarea marcada
e maes com várias mamadeiras engrossadas.
Eu ODEIO mercado, somando esse monte de pataquada, minha noite foi meio
atribulada, será que estou ficando muito xiita?
Mas como sempre existe uma alma caridosa, tinha uma mãe bem legal
na fila , que tb amamentava a filha, além de mim, lógico né?

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<20 de dez. de 2006

"Se eu for ferido, me dê um tiro"


20/12/2006
Allende: "Se eu for ferido, me dê um tiro"
'O médico Danilo Bartulín, que viveu os últimos momentos do presidente chileno, reconstrói o assalto golpista a La Moneda';

O médico Danilo Bartulín, que viveu os últimos momentos do presidente chileno, reconstrói o assalto golpista a La MonedaJuan Jesús Aznárez.
O palácio de La Moneda ardia por todos os lados depois do intenso bombardeio golpista, e os militares rebeldes já mostravam seus fuzis pelas esquinas da rua Morande, convencidos de que nesse dia, 11 de setembro de 1973, deteriam o "comunista vendedor da pátria" entrincheirado no edifício sob ataque. Em um dos salões, o presidente constitucional do Chile, Salvador Allende, disparando com a metralhadora presenteada por Fidel Castro, pediu um último favor a Danilo Bartulín: "Você foi meu melhor e mais leal amigo. Se eu for ferido, me dê um tiro". "O senhor é o último que deve morrer aqui. Antes morreremos nós", respondeu Bartulín.


Assessores militares do palácio de La Moneda alertaram Allende que o melhor era renunciar.
A traição havia se apoderado da marinha em Valparaíso e depois dos quartéis de todo o país.
A esquadrilha que atacava a sede do governo em Santiago efetuou 14 passagens sobre o edifício onde resistiam o presidente e 32 fiéis, e as 28 bombas lançadas pelos caças reduziram a escombros parte de suas instalações e as esperanças dos combatentes.
As tropas encarregadas de invadir o prédio obedeciam ao general Augusto Pinochet, que tinha sido nomeado chefe do exército por seus méritos na repressão ao golpe de 29 de julho contra o governo socialista da União Popular. Por volta das 10 da manhã de 11 de setembro, um ajudante-de-campo comunicou que Pinochet estava disposto a enviar um veículo para transportar o presidente até sua presença. Danilo Bartulín, então com 33 anos - médico pessoal de Allende, seu confidente político e amigo da alma, membro da direção do Grupo de Amigos Pessoais (GPA), lembra a resposta do homem que perderia a vida sem ter renunciado à presidência: "Diga-lhe isto: que um presidente digno recebe na presidência; se ele quer parlamentar, que venha aqui". Nunca conseguiu falar com Pinochet, nem com o generalato que se levantou contra seu governo."Allende, de capacete na cabeça, estava tranqüilo, muito sereno, mas decepcionado.
Os assessores militares de La Moneda lhe disseram: 'Veja, todas as forças armadas estão no golpe, é melhor renunciar'.
Ele lhes respondeu: 'Vocês ponham-se à disposição de seus comandos, que eu ficarei aqui como presidente'.
Pouco antes transmitiria pela Rádio Magallanes o discurso da despedida; as acusações contra a deslealdade militar, as ambições da oligarquia nacional e sua sujeição a Washington: 'Eu não renunciarei!
Colocado em um transe histórico, pagarei com minha vida a lealdade ao povo (...). Continuem vocês sabendo que, muito mais cedo do que tarde, novamente se abrirão as alamedas por onde passe um homem livre para construir uma sociedade melhor".
Allende morreu sem saber se sua voz havia sido escutada. O bombardeio fora anunciado para as 11 e começou 10 minutos antes do meio-dia.
"A primeira bomba me atirou ao chão e os vidros me fizeram um corte na mão", diz Bartulín.
Por que o golpe? "Talvez o processo de reformas tenha sido rápido demais", afirma o médico de Allende, que salvou sua vida milagrosamente depois de um ano e meio de detenção e torturas selvagens.
O exílio o levou ao México por dez anos e outros 20 em Cuba, dedicado ao comércio exterior.
Salvador Allende havia ganhado as eleições de 1970 em coalizão com os comunistas e outros partidos menores, e durante os primeiros mil dias de seu mandato efetuou reformas que causaram irritação entre o empresariado e a burguesia militar e civil: nacionalizou os bancos, estatizou os setores chaves da economia e executou uma reforma agrária que em apenas um ano expropriou mais de 2 milhões de hectares.
Os EUA, ainda em Guerra Fria com a União Soviética, baixaram o polegar. Richard Nixon ocupava a Casa Branca; Henry Kissinger, o Departamento de Estado e George Bush pai estavam à frente da CIA. "Imagine o trio", salienta Bartulín.
A extrema-esquerda socialista também pressionava para impor suas políticas no precário governo da União Popular.
Os efeitos da pressão nacional e estrangeira e a cumplicidade dos setores da Democracia Cristã que souberam da conspiração militar foram fulminantes; também pesou a decisão de Allende de comunicar a Pinochet, em quem então confiava, sua decisão de convocar um plebiscito sobre seu mandato. Os conjurados aceleraram a insurreição para impedi-lo. "Na manhã do bombardeio, Allende reuniu todos nós no salão de conferências e cerimônias de La Moneda. Éramos cerca de 60 pessoas, mas ficaram 33.
Ele nos disse: 'Só tem obrigação de ficar comigo minha guarda pessoal, e se quiserem todos os que tiverem uma arma e saibam disparar'."Danilo Bartulín era um dos chefes da guarda pessoal. Usava pistola. Naquele dia tinha duas. Os helicópteros já metralhavam o palácio neoclássico inaugurado dois séculos antes. "Allende disse: 'Vamos procurar os lugares de defesa: os balcões, as janelas, de onde se possa disparar'. Bartulín despediu-se por telefone de seus três filhos, de 10, 9 e 8 anos. "Papai, e a guarda do palácio? E os generais amigos?" Não havia.
O presidente e seu colaborador abrigaram-se entre duas paredes espessas, perto da cozinha. "Allende me pede um pedaço de pão. Dou-lhe o pedaço de pão, e como havia uns frangos cortados eu lhe disse: 'Doutor, vou cozinhar porque talvez não bombardeiem nunca'. Mas começaram logo.
A esquadrilha de Hawker Hunters bombardeou à vontade durante meia hora. Os dois amigos, que se haviam irmanado politicamente desde os anos de ativismo universitário, se agacharam juntos para se proteger dos impactos e ondas expansivas que derrubaram paredes e provocaram incêndios nos quatro pontos cardeais do edifício governamental. Os sitiantes lançaram bombas lacrimogêneas, os sitiados vestiram as máscaras antigás e o pessoal de formação militar disparou bazucas e metralhadoras pesadas contra o esquadrão de blindados posicionado nos acessos de La Moneda.
Bartulín cita o presidente dando ordens, disposto ao martírio pela causa: "Que todo mundo dispare. Não há rendição!"As bombas não mataram, mas seu efeito foi demolidor sobre o ânimo de alguns leais.
Doze dias antes o presidente havia se reunido com dirigentes da Democracia Cristã, na casa do cardeal Raúl Silva, para tentar evitar o levante. Saiu da reunião abatido: "Essa gente não quer nada".
Tudo indica que os democratas-cristãos ambicionavam a Presidência da República pelas mãos dos militares, para Eduardo Frei. O fiel assessor de Allende, o colaborador de suas entrevistas, agenda e reflexões, teve uma idéia para abortar a quartelada: mobilizar a opinião pública internacional. "Doutor, aqui só está nos restando uma saída. O senhor toma um avião e vai para a cúpula de Argel [Conferência do Movimento dos Países Não-alinhados], e depois vá para Roma e fale com o papa", aconselhou Bartulín. Allende tinha avaliado essa opção, e durante uma semana um avião esteve pronto para decolar para Argel, mas os partidos não autorizaram a viagem do presidente ao exterior."Depois do bombardeio chega um momento em que as pessoas que estavam em La Moneda me pedem que fale com o presidente para que se renda", revela Danilo Bartulín, pela primeira vez durante a conversa com este jornal para reconstituir as últimas horas de Allende.
O médico Arturo Girón e Eduardo Paredes, ex-chefe da Polícia Civil, junto com o responsável militar do GAP, conhecido por Carlos, pedem que Bartulín convença Allende da inutilidade da resistência.La Moneda era uma pira, e a água dos encanamentos arrebentados pelos tiros caía pelas escadas e inundava os salões do palácio, submetido ao fogo cruzado. Não havia por onde disparar e os militares estavam em cima. "Presidente, me pediram para dizer que perder uma batalha não é perder a guerra, e que a situação é insustentável. Allende me disse que sim, aceitava a rendição." Os médicos amarram um avental branco a uma vassoura e o mostram pela janela.Não houve tempo para mais. Os pelotões irromperam pela porta do número 80 da rua Morande. Bartulín é detido porque se encontrava junto desse acesso, e de boca para baixo é moído a coronhadas. Allende lutava no segundo andar e o general Javier Palacios foi buscá-lo. Afirmou que havia se suicidado. "Qualquer versão é possível, também a do assassinato. Não há testemunhas presenciais", salienta Bartulín.
O calvário posterior do jovem chileno de origem iugoslava, que jogava xadrez com Allende até de madrugada, que foi seu mensageiro em tarefas políticas confidenciais e que esteve ao seu lado até o final, sim, teve testemunhas.
Durante meses lhe aplicaram choques elétricos nu, simularam seu fuzilamento, o arrebentaram de golpes e mil vezes ele acreditou morrer nas mãos de carrascos que desfrutaram o suplício. "Você devia ter envenenado o Chicho [Allende]. Seria famoso." A única notoriedade ambicionada por Danilo Bartulín foi a resultante de sua lealdade ao legado de Salvador Allende, do qual nunca abdicou.
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
Infelizmente estamos longe de encontrar homens com ideais tão fortes como esse!!!!

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<18 de dez. de 2006

naturalidade



Como venho de um fim de semana SUPER gostoso, não quero falar de nada sério

Vou dedicar este post a naturalidade da Paola em nadar pelada (será inveja dela não precisar seguir regras?)

OBS....sem muito tempo....atolada com a pós

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<15 de dez. de 2006

Quem quer ser Papai Noel?



Campanha dos Correios e Telégrafos estimula cidadãos a adotarem cartas enviadas por crianças carentes, que escrevem para o Papai Noel pedindo brinquedos e comida. O programa atingiu seu ápice, no ano passado, em Brasília, quando contou com uma participação excepcional da comunidade.

Brasília recebeu, no dia 12 de novembro o Papai Noel dos Correios 2003.
O bom velhinho chegou de helicóptero e foi recebido pelos carteiros, familiares e alunos da rede particular de Brasília, que, na ocasião, foram convidados pelo Papai Noel a adotarem uma cartinha escrita por crianças carentes, de Brasília e cidades do Entorno.
A iniciativa faz parte da campanha “Adote uma cartinha e faça uma criança carente feliz!”. Alexandre Gomes Câmara, diretor Regional dos Correios em Brasília, explica sua expectativa: “Espero que o Natal possa ser diferente para crianças humildes, da periferia, que, mesmo enfrentando condições adversas na sobrevivência do dia-a-dia, continuam acreditando no sonho de Natal e na doce figura do Papai Noel”.
O Papai Noel dos Correios é mais um exemplo das ações de grande alcance social desenvolvidas pelos Correios e Telégrafos. O projeto foi criado por iniciativa espontânea dos empregados, sensibilizados com a imensa quantidade de cartas que tem como endereço aquele habitado por Papai Noel na imaginação infantil: o Céu, o Pólo Norte, a Casa do Papai Noel, a Lapônia, entre outros, e que, todos os anos, por ocasião do Natal, chegam aos centros operacionais dos Correios. Na semana que antecede o Natal, voluntários dos Correios, caracterizados de Papai Noel, visitam as crianças cujas cartas mais sensibilizaram a comissão incumbida de selecioná-las, entregando os donativos arrecadados e muito carinho.
Atualmente, não só os empregados, mas também parceiros externos como empresas, órgãos públicos e a comunidade, se envolvem na operação cujo maior objetivo é tornar o Natal das crianças carentes um pouco mais feliz por meio da adoção de uma cartinha. Em 2000, foram recebidas em todo Brasil mais de 32 mil cartas, tendo sido distribuídos 10.500 presentes, como brinquedos, roupas e cestas básicas. Devido ao seu caráter de solidariedade e de valorização do cidadão, o projeto Papai Noel dos Correios vem conquistando a admiração e o respeito do público. No ano de 2002, em Brasília, foram recebidas 15 mil cartas, todas respondidas por Papai Noel, e entregues mais de 10 mil presentes.
A ação já conta com diversas adesões importantes como a da União dos Escoteiros do Brasil, bem como do Centro de Voluntariado do Distrito Federal. Os funcionários do Congresso Nacional também adotaram dezenas de cartinhas. Para Alexandre Câmara, a adesão de Organizações Não-Governamentais tão importantes, bem como as doações dos funcionários do Congresso ajudam a ratificar a seriedade do programa. ”Esperamos que este exemplo seja seguido por mais pessoas da sociedade e que mais instituições possam se aliar à nossa causa, no sentido de realizar o sonho de milhares de crianças carentes de Brasília e do Brasil”, completa Alexandre Câmara.
Entre em Contato
Se não puderem entregar, os Correios buscam a doação. Basta ligar para os telefones
Se não puderem entregar, os Correios buscam a doação. Basta ligar para os telefones
(61) 307-3717 / 307-3724 / 0800 642 2004,

SÃO PAULO - INTERIOR
(14) 4009-3571 ou 4009-3510
SÃO PAULO - METROPOLITANA
(11) 2112-8443 / 8444 / 8439 / 8445

É sempre bom praticar boas ações

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<12 de dez. de 2006

NAPCAN

A ONG Autraliana NAPCAN que cuida exclusivamente de assuntos relacionados ao bem estar das crianças, lançou recentemente em todo território Australiano uma Campanha sensacional, com o sloga "O que as crianças veem elas fazem" (tradução livre), a campanha tenta despertar na população a necessidade de darmos sempre bons exemplos para nossas crianças. Um bom exemplo de que a publicidade tambem pode e deve contribuir para ações sociais fortes e com propositos bem definidos. Muito legal !!!



Children see. Children Do.


Gostaram? Eu tb gostei foi uma cliente do Ri que mandou.... eu amei

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erros

Maria Rita engasga em show no Marina Hall
11/12/2006 - 14h01
Do CorreioWeb
A cantora Maria Rita passou por um momento desagradável no show que fez em Brasília, no último sábado. No meio da apresentação, quando cantava a música Casa Pré-Fabricada (Marcelo Camelo), ela sofreu uma crise de tosse. Engasgou no refrão e recorreu a um copo d´água. Mesmo assim, ela recebeu aplausos do público. Ao voltar, justificou: “Isso não costuma acontecer nos shows”, disse, sorrindo.
Maria Rita fez show em Brasília no sábado, no Marina Hall. Subiu ao palco com 1h20 de atraso e pediu desculpas às pessoas que chegaram às 21h. A filha de Elis Regina cantou sucessos dos seus dois discos (Maria Rita e Segundo).
O show durou pouco mais de uma hora.
Depois que engasgou, a cantora cantou cerca de cinco músicas e o bis. Não demonstrou nenhum incômodo com a voz e nem mesmo precisou recorrer à água.

Em uma semana onde vários erros ocorreram em casa, uma nota me fez pensar que isso acontece nas melhores famílias. E nem sempre um erro pode ser ruim!!!

noticia
imagem

<11 de dez. de 2006

Faltou tempo ou disposição?


PARA ISABEL ALLENDE, PINOCHET TINHA QUE TER SIDO JULGADO

MADRI (Reuters) -
A filha do ex-presidente chileno Salvador Allende afirmou na segunda-feira que ela estava consolada com o fato do ex-ditador Augusto Pinochet ter morrido perseguido pela Justiça, mas gostaria que ele tivesse sido condenado.
O pai dela, Salvador Allende, foi deposto por Pinochet.
"Até o fim, ele estava rodeado por advogados tentando defender o indefensável", disse Isabel Allende à rádio nacional da Espanha, após a morte de Pinochet, em Santiago, aos 91 anos.
Salvador Allende, um socialista, matou-se durante o golpe militar de Pinochet, em 1973. Durante a ditadura que se seguiu, mais de 3.000 pessoas foram mortas ou desapareceram, e outras 28 mil foram torturadas.
Isabel Allende, prima da escritora de mesmo nome, foi para o exílio no México depois do golpe, mas é atualmente integrante do Parlamento do Chile pelo Partido Socialista, que governa o país.
"Preferiria que os tribunais tivessem terminado seu trabalho, gostaria que tivesse havido uma decisão, gostaria que ele tivesse sido condenado", afirmou ela à TV da Espanha, onde faz uma visita.
"Acho que teria sido mais saudável e me dói,...porque como país, no final, não fizemos justiça."
"Neste momento, meus pensamentos estão com tantos dos nossos mortos


SEMELHANÇAS
Quem acompanha o Pinochet....

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<8 de dez. de 2006

Obrigada Amigo





Soneto do amigo
Vinicius de Moraes

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.
O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

Los Angeles, 07.12.1946
Fá .... amigo de todas as horas ... de tantos momentos ... sua ajuda com a Paola foi inesquecível ...

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<4 de dez. de 2006

chuvas e sensações


Quando ouço o barulho da chuva algumas sensações me vem a mente;

  • de criança - quando ainda morava em Vinhedo e eu amava a chuva, seus barulhos, seu cheiro, sua brisa...

  • de adolescente - o sono, a traquilidade e horas olhando a chuva cair em Valinhos

  • em São Paulo - esta chuva me faz sentir refén ... foi exatamente o que senti hoje. Olhem as fotos

da Folha Online

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u128976.shtml

A Defesa Civil da Prefeitura de São Paulo decretou estado de atenção para deslizamento para 19

regiões da cidade. Nesta segunda-feira choveu 41,3 milímetros, 20% da média para chuvas de todo mês de dezembro --201 milímetros. As regiões são delimitadas por áreas de abrangências de subprefeituras.A escala da Defesa Civil para deslizamento é de observação, atenção, alerta e alerta máximo. Até o início da noite todas as regiões da cidade estavam em estado de atenção para alagamentos, de acordo com a Defesa Civil.De acordo com o órgão, a região mais castigada pela chuva foi a região oeste da cidade.

Em toda a região choveu 83,8 milímetros, o que corresponde a 42% da média das chuvas de todo município para dezembro.Somente no bairro do Butantã, na mesma região, choveu 127 milímetros --63% da pluviometria esperada para o mês

E ainda nem é março!!!!!

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