<20 de mar. de 2011

produto do meio?

Pensando nesta foto da Gisele no ultimo carnaval, logo pensei que nenhum de nós sai impune do meio que vive.

Qual a profissão dela? Modelo, sim? Qual o padrão que esta classe de trabalhadores segue? Sim magreza ao extremo. Podemos ficar horas aqui discutindo que corpo é o ideal. Mas no fundo sabemos que modelos seguem padrões definidas pela sua profissão. Para uma foto melhor ou um caimento melhor da roupa. O corpo destas meninas faz parte do objeto delas de trabalho.

Então caímos novamente no meio que vivemos e padrões que nos são passados e que de uma maneira passiva aceitamos.

Pensei muito nisso nesta sexta feira, quando casualmente em uma conversa descobri que estava falando com um médico anestesista cujo as principais cirurgias são: obstetrícia – vulgo cesárea e oftamo. Lógico que a conversa que começou agradável não teve o mesmo final feliz.

Pois logicamente ele também é fruto do meio. Ele não consegue imaginar em um parto sem um bom anestesista? Mulher protagonista do parto? O que é isso mesmo? Como fazer um parto normal sem anestesia e sem a querida episiotomia?

Pessoalmente nada disso me assustaria a princípio, por saber que a maioria dos médicos está longe de ser um Jorge Kunh. O chocante foi após uns minutos de discussão ouvir que a episio se faz necessária, pois o períneo nunca mais volta ao normal se o procedimento não for realizado. E em um discurso machista continua ao dizer que os homens nunca mais terão mais as mesmas satisfação sexual. Duro ouvir isso já em 2011. Ofensivo para uma mulher.

Também me sinto ofendida quando vejo que muitas mulheres precisam abdicar de suas lindas pernas e acabam se equilibrando em pequenas varas.

As vezes os títulos sobem a cabeça, seja qualquer tipo (profissional ou afetivo) e esquecemos de olhar o outro. Em nome de títulos fazemos tudo: tapas entre mães e filhos; profissionais que não explicam procedimentos aos seus pacientes, pois o paciente não é douto. E viva a venda nos olhos.

Ambos, Gisele e o anestesista, são formadores de opinião, lógico cada um a sua medida, ambos totalmente presos ao meio em que vivem, com ou sem consciência do que propagam.

Provavelmente a Gisele sabe que não lhe cairia mal um pouco mais de massa muscular, mas e nosso anestesista? Acho que ele não tem idéia de outros procedimentos mesmo. E a sua visão “small” do mundo ainda recai sobre a função do períneo.

Um bom ascessor de imprensa, um nutricionista, um ou outro ou ambos, podem ajudar a Gisele. E o nosso anestesista? Quantas mais baixinhas invocadas ele vai encontrar?


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